Operação descobriu milhares de arquivos, uso de plataformas criptografadas e atuação em vários continentes.

Em uma manhã de buscas simultâneas em Sydney, a Força-Tarefa Constantine realizou sua maior operação desde que foi criada. A unidade australiana é especializada em rastrear redes de abuso infantil que se escondem atrás de símbolos “rituais” em plataformas digitais.

Em seis endereços diferentes, investigadores encontraram um esquema internacional que trocava material de abuso infantil dentro de plataformas criptografadas e usava referências “ritualísticas” como uma espécie de linguagem interna.

A Polícia de Nova Gales do Sul afirma que não se tratava de amadores. Segundo as autoridades, os envolvidos participavam ativamente de uma comunidade global dedicada à troca e à produção desse tipo de conteúdo.

A superintendente detetive Jayne Doherty descreveu o que encontrou:

“Abominável. Milhares de arquivos. Crianças reais. Vítimas reais. Temas rituais usados como parte de sua comunicação.”

Operação internacional

A operação começou por Waterloo, na Bélgica, onde policiais arrombaram a porta e prenderam Landon Germanotta-Mills, 26 anos, apontado como líder do grupo. Ele foi acusado de:

  • disponibilização de material de abuso infantil;
  • posse de material de abuso infantil;
  • disseminação e posse de material de bestialidade.

Germanotta-Mills não pediu fiança e seu próximo comparecimento ao tribunal está marcado para 29 de janeiro.

Ele se identifica publicamente como fundador e editor-chefe do Underground Media Network, site que se apresenta como dedicado a “expor abusos institucionais”.

No mesmo dia, em um bloco de apartamentos em Malabar, na Índia, três outros homens foram presos:

  • Benjamin Raymond Drysdale, 46 anos: acusado de usar serviço de telecomunicações para produzir material de abuso infantil, não cumprir obrigações de denúncia e posse de drogas;
  • Mark Andrew Sendecky, 42 anos: acusado de posse e acesso a material de abuso infantil;
  • Stuart Woods Riches, 39 anos: acusado de guardar e acessar imagens ilegais envolvendo violência sexual com animais, além de material de abuso infantil. Também responde por descumprir regras de monitoramento impostas pela Justiça e por porte de drogas.

Nenhum deles solicitou fiança. Todos permanecem detidos.

Como funcionava a rede?

De acordo com os investigadores, o grupo atuava em plataformas internacionais protegidas por criptografia. Os símbolos de aparência ritualística usados nas conversas funcionavam como um tipo de código interno para identificar membros e disfarçar o conteúdo.

A polícia descobriu que o material era compartilhado por meio de um site operado fora da Austrália, o que reforça a suspeita de uma rede