A roda, o dinheiro e a luz artificial foram apenas algumas das invenções inovadoras que transformaram o mundo – e podem inspirar você.

Lâmpadas (foto: Unsplash)
A humanidade já conseguiu enviar sondas e foguetes para fora do sistema solar, curar algumas das mais pesadas doenças e criar uma rede de comunicação instantânea que liga os pontos mais remoto dos do planeta Terra.
Contudo, essa tecnologia não veio do dia para noite. Pelo contrário, foram milênios de inovação que nos trouxeram até aqui. Desde o primeiro homem da caverna que percebeu que o fogo servia para alguma coisa, até o inventor daquele aplicativo sensacional da última semana.
E ainda há muito, muito mais: ainda falta muito para atingirmos o transporte interestelar, para a cura de todas as doenças ou para colonizarmos Marte, Vênus e outras regiões do sistema solar. Muita coisa ainda vai ser inventada nos próximos anos e merecerá entrar neste ranking: caso você tenha ideias, transforme em startup.
Confira as 13 maiores inovações da história (em ordem de criação):
1 – A Roda
Antes da invenção da roda em 3.500 A.C (antes de Cristo), a humanidade não tinha ferramenta nenhuma para transporte de produção e tinha suas capacidades severamente limitadas ao que cada pessoa podia.
Conseguir fazer um objeto circular que rodava não foi bem o grande problema: criar um eixo funcional, sim. Feito isso, a humanidade começou a poder carregar muito mais, incentivando comércio entre comunidades pela 1ª vez, além de viabilizar diversas maneiras de transporte.
A roda é tão importante que ela está presente em milhares de inovações humanas: carros, aviões, relógios. Ela é a base do transporte e do funcionamento de muitas máquinas ao longo de toda a história.
Conheça também:
- O que é disrupção? Entenda como a inovação auxilia esse processo
- Qual a importância da inovação tecnológica?
2 – O Dinheiro
Dinheiro surgiu logo depois da invenção da roda, fruto do aumento do comércio por conta dele, 3.000 anos antes de cristo, na Mesopotâmia.
O dinheiro foi importantíssimo para o desenvolvimento de economias complexas, acumulação de capital e uma série de outras questões. Permite que sociedades surjam sem basear no fato de que alguém que presta um serviço precisa conhecer a pessoa para a qual está prestando o serviço (ou ser um escravo).
Crédito, ele nasce para representar alguma coisa (ouro, por exemplo), mas hoje não é lastreado. Ele é a base da economia de mercado que vivemos atualmente e que foi o único tipo a prosperar no planeta.

Dinheiro em moedas (foto: Michael Longmire on Unsplash)
3 – A Lei
O surgimento de sociedades complexas começou a criar uma necessidade por forças que as organizassem de maneira mais eficiente. A primeira lei que se tem notícia surge nesta época, no Egito Antigo – um conjunto de 12 livros que compunham o código civil da época.
Ur-Nammu, imperador da Suméria, porém, no século XXII antes de Cristo cria o primeiro código que funciona em condicionais, no estilo “Se X acontecer, Y deverá ser aplicado”. Logo depois, na Babilônia, Hamurabi cria o Código de Hamurabi, famoso até hoje.
4 – O prego
Já o prego foi inventado cerca de 2.500 anos antes do nascimento de Cristo, conforme a humanidade aprendeu a manipular metal e dar forma a ele. Ele foi melhorado significativamente pelo grego Arquimedes no século III antes de cristo, que o transformou em um parafuso.
A importância do prego é gigantesca para a construção de estruturas de madeira: facilitou que casas fossem feitas e que muita gente passasse a ter um teto pela 1ª vez na humanidade. Antes, a ideia de construção era juntar pedaços que se complementavam.
Novas tecnologias foram surgindo (como o cimento na Roma Antiga) para o setor de construção, mas o prego foi a primeira significativa delas.
5 – Bússola
Navegantes só conseguiam navegar durante a noite (desde que não tivessem nuvens) sem o compasso. Portanto, viajar para muito longe de terra firme era impossível: de dia, você não ia ter noção de onde você estava e se a noite estivesse fechada, adeus.
A criação da bússola na China (entre os séculos IX e XI) resolve esse problema. Europeus e árabes logo receberam essa nova tecnologia e passaram a navegar muito mais longe, permitindo até mesmo o descobrimento de um novo continente ao oeste que provavelmente você já ouviu falar…

Bússola (foto: Anastasia Petrova on Unsplash)
6 – A prensa móvel
Ela foi inventada em 1440 por Gutenberg e logo se tornou uma das inovações mais sensacionais da história. Permitiu que livros, textos fossem impressos em largas escalas (e deve ter deixado muito monge copista sem emprego) pela 1ª vez na história.
Isso garantiu que o pensamento e conhecimentos fossem fortemente disseminados, com mais de 20 milhões de livros impressos em apenas 20 anos. Permitiu que a reforma atingisse em cheio a Igreja Católica na Europa, criando os países “protestantes”.
7 – O motor
A revolução industrial não tido início se não tivessem inventado o motor. Movido a vapor e carvão em seus primórdios, o motor foi evoluindo até a versão moderna que usa derivados de petróleo, como a gasolina.
Foi a primeira vez que podemos começar a mecanizar uma série de produções, aumentando e muito a produtividade e garantindo prosperidade material pela 1ª vez na história (prosperidade que, nos anos subsequentes começou a ser melhor distribuída). A Revolução Industrial nasceu desta invenção, assim como carros e aviões.

Motor de automóvel (fofo: Garett Mizunaka on Unsplash)
8 – Luz artificial
Quando tudo que você tem é luz natural, seu dia acaba quando as horas de sol acabam. A luz artificial mudou isso, graças a invenção da eletricidade e da lâmpada, no começo do século XIX.
Thomas Edison melhorou a lâmpada e logo depois ela estava presente em todas as grandes cidades. Ficar acordado trabalhando ficou muito mais fácil e a vida ficou mais produtiva.
9 – O telégrafo
Em 1840, a humanidade começou a fazer uma coisa muito interessante: mandar informações e mensagens complexas em grandes distâncias, em pouquíssimo tempo.
15 palavras por minuto conseguiam ser transmitidas entre Nova York e Londres (antes, uma carta demorava cerca de 12 dias para ser transmitida pelo Atlântico).
Governantes começaram a ter noção do que acontecia em tempo real, pessoas conseguiam mandar comunicações complexas em pouquíssimo tempo. Até a Western Union surgiu para transferir dinheiro entre pessoas em regiões (ou países) distantes. Foi o telegrafo que permitiu que a era da comunicação começasse.
Conheça também
- Três pontos indispensáveis na criação de um produto
- Visão de futuro e ação no presente: o processo de inovação para empresas
10 – O carro
Até o final do século XIX, o principal meio de locomoção humano era o cavalo. As cidades eram verticalizadas e você precisava fazer praticamente tudo a pé. Uma viagem curta entre uma cidade e outra demorava dias e a maioria das pessoas não saía de um raio de 200 quilômetros de onde elas tinham nascido.
O carro surgiu e mudou essa lógica completamente, principalmente nos países desenvolvidos (como os Estados Unidos) – depois da adoção dos primeiros carros populares, como o Ford T. As cidades passaram a ser mais horizontais e as pessoas começaram a fazer deslocamentos cada vez maiores.

Carro de competição (foto: Spencer Davis on Unsplash)
11 – Penicilina
Alexander Fleming descobriu a penicilina por acaso, mas acabou mudando toda a humanidade por conta disso, em 1928. Os antibióticos formaram o primeiro tratamento eficaz contra uma série de doenças.
Isso permitiu um aumento significativo da população humana no século XX e a cura de várias doenças. Os antibióticos avançaram e muito o desenvolvimento da medicina.
12 – Transistores
A criação dos transistores na década de 1940 foi fundamental para que tivéssemos uma revolução de eletrônica nas próximas décadas. Computadores, televisões, celulares, tudo veio por conta dos transistores inventados por John Bardeen e Walter Houser Brattain.
Ele é altamente usado em todo tipo de indústria, até em geladeiras (inclusive, substituiu sistemas mecânicos dentro destas e as barateou na segunda metade do século XX).
Transistores estão presentes em todos os eletrônicos e permitiram que a tecnologia realizasse grandes saltos nas últimas décadas. Sem transistores, você não estaria lendo esta matéria (apenas se o StartSe fosse uma revista impressa).
13 – A Internet
A última grande invenção desta lista é o que você está vendo agora: a internet. Uma rede que junta milhares de computadores, celulares, aparelhos de televisão, videogames…
Não é preciso nem falar quantas coisas mudaram na sua vida desde que a internet foi inventada na década de 60 e popularizada para uso civil na década de 90. Você começou a trocar correspondência digital (e-mail), começou a comprar sem sair de casa, falar com os amigos. Até fotos bobas com frases de efeito você começou a ver por causa da internet.
E agora, para onde estamos caminhando? Conheça os 4 caminhos tecnológicos que pretende revolucionar o fazer das empresas:

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Google vira o jogo e faz Sam Altman acionar “código vermelho” na OpenAI
Com o avanço do Gemini 3, pressão financeira crescente e mudanças no comportamento dos usuários, a OpenAI entra na fase mais decisiva desde o lançamento do ChatGPT.
Sam Altman investidor: fortuna de US$ 2,8B e 400 investidas
, redator(a) da StartSe
4 min
•
2 dez 2025
•
Atualizado: 2 dez 2025
A disputa pelo topo da inteligência artificial acaba de ganhar um novo capítulo — e talvez o mais dramático até agora.
Segundo um memorando interno revelado pelo The Information, Sam Altman declarou “código vermelho” dentro da OpenAI, mobilizando equipes, congelando projetos paralelos e concentrando esforços exclusivamente na evolução do ChatGPT.
O motivo? O Google voltou para o jogo com força total.
Google ultrapassa a OpenAI em benchmarks estratégicos
O lançamento do Gemini 3, em novembro, mexeu com o mercado. O novo modelo não apenas superou o ChatGPT em diversos benchmarks, como quebrou recordes até então considerados inalcançáveis:
1.501 pontos no LMArena – primeiro modelo da história a ultrapassar 1.500
45,1% no teste ARC-AGI-2 – contra apenas 17,6% do GPT-5.1
Tempos mais longos de uso por sessão, segundo dados da Similarweb
O avanço reacendeu uma disputa que muitos já consideravam decidida — e colocou a OpenAI em posição defensiva pela primeira vez desde 2022.
A ameaça não é só técnica — é estratégica
A OpenAI encerrou o primeiro semestre de 2025 com um paradoxo:
Alta demanda. Crescimento acelerado. E um prejuízo de US$ 13,5 bilhões.
Mesmo gerando US$ 4,3 bilhões em receita, a empresa enfrenta:
US$ 1,4 trilhão em compromissos de aquisição para infraestrutura
Parceiros assumindo US$ 96 bilhões em dívidas para manter a operação
Escalada de custos computacionais em ritmo insustentável
Enquanto isso, o ChatGPT ainda lidera com 800 milhões de usuários semanais (75% do mercado), mas passa por um novo desafio:
as pessoas agora gastam mais tempo no Gemini do que no ChatGPT.
OpenAI pausa publicidade e recua no e-commerce
A OpenAI estava testando discretamente:
formatos de anúncios
carrosséis de pesquisa
recursos de compras dentro do ChatGPT
parcerias com Walmart, Target e outros varejistas
Mas tudo isso agora será desacelerado.
O "código vermelho" exige foco total na capacidade do modelo, deixando monetização e expansão comercial em segundo plano — uma inversão do plano previsto para 2025.
O que vem agora: guerra total pela liderança da IA
O movimento da OpenAI deixa claro:
a corrida da IA não está nem perto de ter um vencedor definitivo.
Se o Google avançou tecnicamente, a OpenAI ainda domina em escala, comunidade e uso real. O próximo ano será definido por: quem treina mais rápido, quem escala mais barato, quem serve empresas melhor, quem entrega experiência superior ao usuário.
E, pela primeira vez desde 2023, a OpenAI não é mais a única força dominante na mesa.
O jogo da IA recomeçou — e ficou muito mais interessante.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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Google reacende a disputa e coloca Meta, Anthropic e até Nvidia em “modo alerta”
Um avanço estratégico silencioso virou o jogo: elogios raríssimos de concorrentes, reação imediata de mercado e mudanças de rota entre gigantes mostram que a corrida da IA acaba de entrar em outra fase — muito mais competitiva.
Gemini 3
, redator(a) da StartSe
5 min
•
1 dez 2025
•
Atualizado: 1 dez 2025
A guerra pela liderança global em inteligência artificial ganhou um novo capítulo. E não foi a OpenAI, a Meta ou a Anthropic quem puxou a fila — foi a Google.
Em poucos dias, uma movimentação discreta da empresa desencadeou uma reação em cadeia entre as maiores companhias de tecnologia do planeta. E, diferentemente do hype típico do setor, desta vez o efeito foi imediato: ações dispararam, alianças começaram a se reposicionar e até rivais de longa data prestaram elogios públicos ao avanço da companhia.
A pergunta que ficou no ar: o jogo virou?
O efeito dominó que ninguém previu
O impacto começou com o lançamento do novo Gemini, que rapidamente ultrapassou marcas de adoção e exibiu desempenho superior em benchmarks-chave — de geração de texto e imagem a edição avançada e conversão multimodal.
A reação foi instantânea:
Nvidia, dona do hardware mais valioso da era da IA, elogiou os novos chips personalizados da Google — um raro gesto público entre competidores.
Sam Altman chamou o novo modelo de “grande avanço”.
Marc Benioff, CEO da Salesforce, disse que pode abandonar o ChatGPT após testar a tecnologia da Google.
Meta estuda adotar os chips da empresa.
Anthropic pretende ampliar seu uso.
Enquanto isso, as ações da Google subiram quase 8%, ao passo que a Nvidia registrou leve correção — sinal claro de que o mercado percebeu uma realocação de poder acontecendo.
Uma retomada que muda prioridades no Vale do Silício
Por anos, a Google foi a “pioneira que deixou outros liderarem”. Apesar de inventar muitos dos algoritmos que sustentam a IA moderna, perdeu protagonismo após a explosão do ChatGPT em 2022.
Agora, a empresa faz seu maior retorno estratégico em uma década.
Mais de 1 milhão de usuários testaram a atualização do Gemini em 24 horas. Os benchmarks começaram a mostrar vantagem contra modelos da OpenAI, xAI e Anthropic. Não é domínio absoluto — mas é um reposicionamento claro de força.
No ecossistema da IA, isso muda tudo: investimentos, contratações, roadmaps e até decisões regulatórias começam a se alinhar à nova dinâmica.
A próxima batalha não será só entre modelos — será entre chips
Por trás da virada da Google está uma mudança crítica: o uso intensivo de chips Tensor (ASICs), otimizados para cargas específicas de IA.
É o primeiro grande sinal de que o setor quer reduzir a dependência da Nvidia, que hoje reina quase sozinha com suas GPUs e um ecossistema de software que domina centros de dados do mundo inteiro.
A Google ainda precisa da Nvidia — todos precisam. Mas, pela primeira vez, uma big tech apresentou uma alternativa viável em escala.
A Google voltou ao centro — mas ninguém é imbatível
Apesar da euforia, especialistas destacam: não existe “vencedor definitivo” em IA. O mercado é fragmentado e multiplataforma. Modelos e chips atendem a necessidades diferentes.
Mas uma coisa ficou evidente:
A Google saiu da periferia da corrida e voltou para o centro do tabuleiro.
A disputa seguirá aberta, mais agressiva e com mais dinheiro em jogo. O que está sendo definido agora não é apenas quem terá o melhor modelo — mas quem moldará a economia, a inovação e o trabalho nos próximos 20 anos.
E a única certeza deste momento é: ninguém está confortável. Todos estão correndo.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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China ativa “nova geração de patrulheiros”: robôs humanoides começam a operar nas fronteiras
Em projeto-piloto, máquinas equipadas com IA assumirão tarefas de vigilância, orientação de viajantes e controle de fluxo na divisa com o Vietnã.
Imagem: ChatGPT
, redator(a) da StartSe
3 min
•
1 dez 2025
•
Atualizado: 1 dez 2025
A China acaba de transformar ficção científica em política pública. Segundo o South China Morning Post, o país fechou um acordo com a UBTech Robotics, uma das maiores fabricantes de robôs humanoides do mundo, para começar a usar máquinas inteligentes em patrulhas de fronteira — começando pela divisa com o Vietnã.
A informação foi confirmada também pelo UOL.
O projeto-piloto prevê que os robôs auxiliem na orientação de viajantes, no controle de fluxo, na verificação inicial de documentos e em atividades de vigilância que antes dependiam exclusivamente de agentes humanos. É a primeira vez que a China coloca humanoides em operação de rotina em um ponto oficial de segurança nacional.
A UBTech já havia apresentado modelos capazes de subir escadas, reconhecer rostos e interpretar comandos em linguagem natural — mas agora essas capacidades começam a migrar da vitrine para a rua. O movimento acompanha a estratégia chinesa de acelerar a adoção de IA em infraestrutura pública, um plano que inclui desde escolas e hospitais até o policiamento urbano.
Embora o governo descreva o projeto como uma iniciativa para “aumentar eficiência e reduzir riscos aos agentes”, especialistas alertam para o impacto geopolítico e ético de colocar sistemas inteligentes em postos sensíveis da administração estatal. A fronteira com o Vietnã, usada historicamente para migração irregular e comércio informal, servirá como laboratório para avaliar a autonomia e precisão dessas máquinas.
A mensagem é clara: a China não quer apenas competir no mercado global de IA — quer redesenhar o que significa segurança, vigilância e controle de fronteiras no século 21.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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A nova manobra da IA chinesa: Alibaba e ByteDance fogem para treinar modelos fora do país
Para continuar acessando chips avançados da Nvidia, gigantes chinesas migram seus modelos de IA para data centers no Sudeste Asiático — e redesenham o tabuleiro geopolítico da tecnologia.
Sede da ByteDance na China (foto: Emmanuel Wong / Getty Images)
, redator(a) da StartSe
5 min
•
27 nov 2025
•
Atualizado: 27 nov 2025
A corrida global da inteligência artificial acaba de ganhar um desvio estratégico. Segundo o Financial Times, Alibaba e ByteDance estão treinando seus modelos mais avançados de IA em data centers fora da China — principalmente em Singapura e Malásia.
O motivo? Acesso aos chips da Nvidia, agora proibidos em território chinês pelas restrições de exportação dos EUA e pelas novas regras de Pequim.
Desde abril de 2025, quando o governo Trump bloqueou a venda dos chips H20 para a China, o treinamento offshore se tornou acelerado. As empresas passaram a alugar poder computacional em regiões onde ainda é legal operar com GPUs de última geração.
Como disse um operador com base em Singapura: “Para desenvolver modelos avançados, você precisa dos melhores chips. Aqui, tudo está dentro da lei.”
Uma indústria presa entre dois bloqueios: Washington e Pequim
O movimento é resultado de uma pressão dupla.
• EUA: seguem ampliando restrições para impedir que a China avance em IA de ponta.
• China: exige que data centers financiados pelo Estado usem exclusivamente chips domésticos.
No final de novembro, reguladores chineses foram ainda mais longe: proibiram a ByteDance de implantar GPUs Nvidia em novos data centers dentro da China.
Mesmo assim, os grandes modelos chineses não param de crescer.
• O Qwen, da Alibaba, segue como um dos modelos corporativos mais fortes do país.
• O Doubao, da ByteDance, já atende 157 milhões de usuários ativos mensais — e se tornou um fenômeno entre desenvolvedores globais graças ao código aberto.
A exceção à fuga? DeepSeek.
A empresa estocou chips Nvidia antes das proibições e segue treinando dentro da China, enquanto trabalha com fabricantes locais como a Huawei para criar chips de próxima geração.
Por que o Sudeste Asiático virou a nova “zona neutra” da IA?
Singapura e Malásia se tornaram o refúgio perfeito para empresas que precisam treinar IA em larga escala:
• estabilidade regulatória
• conectividade ultrarrápida
• custos menores
• data centers de hiperescala em rápida expansão
A capacidade de Johor, na Malásia — região colada a Singapura — explodiu com dezenas de novos projetos aprovados. É a alternativa natural para empresas pressionadas por restrições geopolíticas e limitações de infraestrutura.
Mesmo com concessões, os chips de ponta seguem fora do alcance chinês
Em agosto de 2025, o governo Trump flexibilizou parte das regras e permitiu à Nvidia e à AMD retomarem as vendas do chip H20 para a China — desde que entreguem 15% da receita ao governo americano.
Mas o que realmente importa continua proibido:
• os chips Blackwell B200,
• e outras GPUs de máxima performance,
seguem barrados sob justificativas de segurança nacional.
O que tudo isso significa para o futuro da IA?
A manobra de Alibaba e ByteDance deixa claro:
A corrida pela IA não será vencida apenas por quem tem mais dados ou mais engenheiros — mas por quem consegue continuar acessando computação de ponta em meio a um ambiente geopolítico cada vez mais restritivo.
O treinamento offshore é só um sintoma de uma nova era: a IA está deixando de ser apenas tecnologia, e se tornando pura geopolítica. Quem conseguir navegar esse tabuleiro vai definir o futuro.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
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Jensen Huang manda o recado definitivo: “Usem IA em tudo. Prometo, vocês terão trabalho.”
O CEO da Nvidia rompe com o discurso do medo e coloca o Vale do Silício em uma nova era: a do uso obrigatório de IA.
Jensen Huang, presidente da NVIDIA
, redator(a) da StartSe
6 min
•
27 nov 2025
•
Atualizado: 27 nov 2025
Jensen Huang não está só liderando a Nvidia — ele está moldando a filosofia central da indústria. Em uma reunião geral na última quinta-feira, um dia após a companhia divulgar mais um trimestre histórico, o CEO foi direto: não há espaço para equipes que evitam IA.
Segundo Huang, alguns gestores pediram que funcionários reduzissem o uso de inteligência artificial no dia a dia. A resposta dele foi cirúrgica: “Vocês estão loucos?”. Para Huang, toda tarefa que puder ser automatizada deve ser automatizada.
Trabalhadores com medo de substituição? Jensen desmonta o mito
Em vez de acalmar o receio da automação, Huang inverte a lógica: ele garante que o uso de IA não elimina trabalho — cria trabalho. A empresa, segundo ele, acabou de contratar “vários milhares” de pessoas no último trimestre e ainda estaria “10 mil abaixo do necessário”. Para o CEO, os funcionários devem usar IA mesmo quando ela falha: “Use até que funcione. E ajude a torná-la melhor.”
Vale do Silício entra na fase: “IA não é opcional”
A Nvidia não está sozinha. Microsoft avisou funcionários de que usar IA nos fluxos internos já é obrigatório. Meta incluiu uso de IA como critério de avaliação. Google mandou engenheiros programarem com Gemini. Amazon discute adoção de ferramentas como Cursor.
A nova regra do jogo é simples: IA construída com IA, operada por times que usam IA diariamente.
Automação não é ameaça interna — é estratégia de crescimento
Huang reforça que IA não substitui colaboradores dentro da Nvidia; amplia sua capacidade. É por isso que a companhia está abrindo novos escritórios nos EUA e na Ásia — incluindo Xangai e Taipei — e aumentando sua força de trabalho em ritmo acelerado. Na visão dele, trabalhadores que dominam IA não perdem espaço. Ganhando escala, tornam-se indispensáveis.
O paradoxo do mercado: a Nvidia só perde
Apesar de lucros recordes e projeções ainda maiores, as ações da Nvidia caíram após o anúncio. Huang chamou isso de “cenário sem vitória”:
– Se a empresa apresenta um trimestre ruim, vira evidência de uma bolha.
– Se entrega um trimestre excelente, “alimenta a bolha”.
Segundo o CEO, qualquer oscilação mínima faria o mercado “desmoronar”. O sucesso da Nvidia criou expectativas tão altas que qualquer resultado é interpretado como risco.
A crítica externa cresce. E vem de gente grande
Investidores icônicos, como Michael Burry — eternizado em “A Grande Aposta” — vêm alertando para uma possível repetição da bolha da internet. Em seu primeiro texto no Substack, Burry comparou a Nvidia à Cisco dos anos 1990 e afirmou que empresas “têm permissão para inovar até a própria morte”. É um alerta direto ao hype inflado em torno da IA.
O mercado está desconfiado. A Nvidia, não.
Huang deixou claro aos funcionários que a empresa continuará acelerando a adoção de IA independentemente da opinião do mercado. O recado dele:
“Usar menos IA é correr atrás. Usar mais IA é projetar o futuro.”
A nova doutrina de Huang: automatize tudo o que puder — e depois automatize de novo
Mais do que uma orientação operacional, a fala de Jensen Huang é um manifesto.
A era em que empresas discutiam se deveriam ou não adotar IA acabou.
A nova fase é outra: quem não usa IA em tudo está ficando para trás.
O mundo corporativo está discutindo se a IA vai substituir pessoas. Huang não está. Ele tem outra visão: as pessoas que usam IA substituirão as pessoas que não usam.
E, para ele, este é o único futuro possível.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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MIT revela falha estrutural na IA: modelos respondem pelo “formato da frase”, não pelo significado
A descoberta expõe um ponto frágil dos LLMs — inclusive dos mais avançados — e acende um alerta para aplicações de alto risco.
MIT
, redator(a) da StartSe
4 min
•
26 nov 2025
•
Atualizado: 26 nov 2025
Os pesquisadores do MIT encontraram um calcanhar de Aquiles nos grandes modelos de linguagem: eles podem responder com base em atalhos gramaticais, não em compreensão real. Mesmo sistemas de última geração — como GPT-4 e Llama — às vezes se apoiam em padrões sintáticos aprendidos durante o treinamento, confundindo “estrutura da frase” com “intenção da pergunta”.
O estudo será apresentado na NeurIPS, uma das conferências de IA mais prestigiadas do mundo, e traz implicações sérias para setores que dependem de precisão absoluta, como saúde, finanças e atendimento crítico.
A IA está reconhecendo a forma, não o conteúdo
A equipe liderada pela professora Marzyeh Ghassemi (MIT), com pesquisadores da Northeastern University e da Meta, mostrou que os modelos aprendem associações entre templates sintáticos — estruturas gramaticais — e domínios específicos.
O problema? Quando a sintaxe é mantida, mas o conteúdo vira nonsense, o modelo ainda tenta responder como se a pergunta fizesse sentido.
O MIT cita um exemplo emblemático:
Pergunta válida: “Onde Paris está localizada?” → França
Pergunta sem sentido, mas com a mesma sintaxe: “Rapidamente sentar Paris nublado?” → França de novo.
Os pesquisadores também testaram substituir palavras por sinônimos, antônimos ou até palavras aleatórias. Mesmo assim, muitos LLMs continuaram produzindo respostas “corretas” — ignorando completamente o significado.
“É uma associação negligenciada que o modelo usa para parecer correto”, explica Chantal Shaib, coautora do estudo.
Isso não é só estranho — é um risco de segurança real
Segundo o artigo publicado no arXiv, invasores podem explorar essas associações para contornar sistemas de segurança em LLMs.
Como?
Ao formular comandos maliciosos usando padrões gramaticais que o modelo associa a conteúdos seguros, enganando os filtros.
Modelos avançados como GPT-4 e Llama foram testados — e ambos apresentaram quedas significativas de desempenho quando a estrutura sintática foi manipulada.
“Precisamos de defesas mais robustas para essas vulnerabilidades”, alertou Vinith Suriyakumar, do MIT.
Como corrigir? O MIT já propôs os primeiros passos
Para enfrentar o problema, os pesquisadores criaram um procedimento automático de auditoria que desenvolvedores podem usar para identificar se seus modelos estão se apoiando nesses atalhos errados.
As propostas incluem:
aumentar a diversidade sintática nos dados de treinamento;
introduzir contraexemplos para quebrar correlações falsas;
e analisar o fenômeno em modelos de raciocínio projetados para tarefas complexas e multilógicas.
A descoberta não derruba a IA generativa — mas mostra que ela ainda opera com limitações profundas.
O próximo salto da inteligência artificial não é só ser mais poderosa.
É ser mais atenta, mais contextual e menos enganada por sua própria gramática.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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Austrália compra a maior briga da era digital: banir redes sociais para menores de 16
A decisão coloca o país na linha de frente global, inspira outros governos e acende o debate mais quente do século: até onde vai a proteção, e onde começa o controle?
Adolescentes sem rede social: um desafio que a Austrália resolveu enfrentar.
, redator(a) da StartSe
6 min
•
26 nov 2025
•
Atualizado: 26 nov 2025
A Austrália está prestes a tornar-se o primeiro país do mundo a impor uma proibição nacional de redes sociais para menores de 16 anos — e pretende fazê-lo em 10 de dezembro, apesar de um processo judicial que tenta barrar a medida. O caso foi levado à Suprema Corte pelo Digital Freedom Project, representando dois jovens de 15 anos que afirmam que a lei fere a liberdade de comunicação política dos adolescentes.
Mesmo assim, a resposta do governo foi categórica. A ministra das Comunicações, Anika Wells, declarou no Parlamento:
“Não seremos intimidados por processos judiciais. Não seremos intimidados pelas Big Techs. Em nome dos pais australianos, permanecemos firmes.”
A partir de dezembro, Meta, Snap e outras plataformas poderão enfrentar multas de até AU$ 50 milhões se permitirem contas de menores.
Flórida avança no mesmo caminho — e abre precedente nos EUA
Enquanto a Austrália enfrenta seu próprio embate constitucional, a Flórida ganhou na Justiça o direito de começar a aplicar sua lei: proibir menores de 14 anos de acessar redes sociais e exigir consentimento dos pais para jovens de 14 e 15 anos.
O 11º Circuito suspendeu uma liminar que bloqueava a lei desde junho — um movimento que reforça o cenário global de governos reagindo ao impacto das plataformas na saúde mental, manipulação e segurança de menores. Organizações como NetChoice e CCIA contestam a medida com base na Primeira Emenda, argumentando que restrições desse tipo violam liberdade de expressão.
Enquanto isso, a Meta já notificou 500 mil jovens australianos (350 mil no Instagram, 150 mil no Facebook): suas contas serão desativadas a partir de 4 de dezembro.
Malásia se junta ao bloco dos países que querem apertar o cerco
A onda regulatória não está isolada. A Malásia anunciou que planeja adotar uma proibição semelhante a partir de 2026, citando riscos como cyberbullying, golpes, exploração sexual e radicalização.
O governo estuda aplicar verificações eletrônicas usando documentos oficiais, como passaportes e carteiras de identidade — um modelo semelhante ao da Austrália. A medida deve atingir plataformas como TikTok, Instagram, YouTube, Snapchat, X, Reddit, Twitch e Kick. Serviços como WhatsApp, Pinterest e alguns games (como Roblox) seguem isentos — ao menos por enquanto.
O embate global: proteger jovens ou limitar liberdades?
O caso australiano vai muito além de uma disputa jurídica — ele inaugura um debate que deve dominar a política digital na próxima década: até que ponto governos devem regular o acesso de jovens às redes em nome da segurança, e quais direitos podem ser sacrificados no processo?
De um lado, pesquisadores alertam para o impacto das redes sociais sobre ansiedade, vícios comportamentais e saúde mental de adolescentes. Meta já admitiu em investigações internas que plataformas como Instagram podem agravar problemas de autoimagem em jovens.
Do outro, organizações civis argumentam que banir o acesso cria desigualdades e abre portas para modelos perigosos de verificação de identidade, que podem comprometer privacidade e vigilância digital.
A Austrália decidiu não esperar.
A Flórida ganhou autorização para agir.
A Malásia começa a seguir o mesmo roteiro.
O movimento está apenas começando — e promete redefinir a relação entre Estado, tecnologia e juventude.
Enquanto a discussão não chega ao Brasil, jovens estão cada vez mais conectados a uma nova realidade de mercado: com IA, com tecnologia, descentralizado. No programa Tomorrow Learning, a StartSe conecta jovens ao núcleo do mercado, levando turmas a empresas consolidadas no centro financeiro do Brasil, em SP. Clique aqui e saiba mais.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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Pequim barra Nvidia na ByteDance: corrida por independência em chips entra em nova fase
A China impõe limites à dona do TikTok, pressiona pela soberania tecnológica e acende ainda mais a disputa por IA com os EUA.
Sede da ByteDance na China (foto: Emmanuel Wong / Getty Images)
, redator(a) da StartSe
5 min
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26 nov 2025
•
Atualizado: 26 nov 2025
A China acaba de dar um golpe direto na espinha dorsal da computação de alta performance: reguladores proibiram a ByteDance de usar chips da Nvidia em novos data centers, segundo o The Information. A decisão chega justamente depois de a empresa — controladora do TikTok — ter comprado mais GPUs da Nvidia do que qualquer outra companhia chinesa em 2025, numa corrida desesperada por poder computacional para atender mais de 1 bilhão de usuários.
Mas agora, esse arsenal está, na prática, bloqueado.
E o motivo é tão político quanto estratégico.
A China acelera para cortar o cordão tecnológico dos EUA
A proibição faz parte de um movimento mais amplo: Pequim quer reduzir dependência da tecnologia americana num momento em que Washington aperta cada vez mais os controles de exportação de semicondutores avançados.
Segundo a Bloomberg, em agosto os reguladores já tinham instruído empresas locais a suspender pedidos de chips de IA da Nvidia e dar preferência a processadores nacionais. Agora, qualquer novo data center financiado pelo governo precisa — obrigatoriamente — usar chips de IA fabricados na China.
A resposta da Nvidia reflete o impacto:
“O ambiente regulatório não nos permite fornecer uma GPU competitiva para data centers na China”, disse a empresa à Reuters.
O resultado? Um dos maiores mercados do mundo fica aberto para rivais estrangeiros… e para a própria indústria chinesa.
A guerra comercial está em “pausa delicada” — mas ainda é guerra
Do lado americano, o governo Trump mantém restrições rígidas.
Os EUA já proibiram os chips mais avançados da Nvidia no território chinês, liberando apenas versões enfraquecidas, como a H20. A Nvidia até criou um chip especial para o mercado chinês — o RTX6000D — mas o interesse foi tão baixo que grandes empresas simplesmente recusaram.
Trump chegou a dizer que permitiria que a China “gerenciasse a Nvidia”, mas não os chips de última geração. Agora, a Casa Branca avalia se libera a venda da poderosa H200 — decisão que, segundo o secretário de Comércio Howard Lutnick, está “na mesa”.
Enquanto isso, a China acelera a construção de um ecossistema próprio. A Huawei, por exemplo, anunciou o que chama de seu supernó de computação mais poderoso do mundo, totalmente livre de chips Nvidia.
E a ByteDance? Fica encurralada com um estoque bilionário parado
A ByteDance não respondeu aos pedidos de comentário.
O fato é que, com a nova regra, seu enorme estoque de GPUs Nvidia vira um ativo congelado para novos projetos — criando obstáculos operacionais e perdas financeiras num momento em que a empresa mais precisa escalar sua infraestrutura de IA.
O recado por trás do movimento é claro:
O futuro da computação será definido por quem dominar sua própria cadeia de chips.
A China decidiu acelerar.
Os EUA decidiram apertar.
E empresas globais — como a ByteDance — viram peças de um tabuleiro onde soberania tecnológica vale mais do que qualquer aplicativo.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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EUA turbinam a corrida da IA: Amazon acende o modo 'hiperescala'
O mega-investimento que redesenha o poder computacional do governo americano — e sobe o tom da disputa com Microsoft e Google.
Amazon e EUA: busca da liderança da IA
, redator(a) da StartSe
4 min
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25 nov 2025
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Atualizado: 25 nov 2025
A Amazon acaba de apertar o acelerador em uma velocidade que nem o Vale do Silício estava esperando. A AWS anunciou um investimento de até US$ 50 bilhões para ampliar a infraestrutura de IA e supercomputação dedicada exclusivamente ao governo dos Estados Unidos — um dos maiores aportes públicos já feitos em cloud e inteligência artificial.
Com o movimento, a gigante adicionará quase 1,3 gigawatt de capacidade computacional nas regiões AWS Top Secret, AWS Secret e AWS GovCloud — ambientes projetados para lidar com dados de alto nível de classificação. O projeto começa a sair do papel em 2026 e coloca a Amazon diretamente no centro do tabuleiro geopolítico da tecnologia.
O QUE MUDA NA PRÁTICA
Com a expansão, agências federais terão acesso ao arsenal completo de IA da AWS:
SageMaker para treinar modelos em escala;
Bedrock para agentes generativos;
Amazon Nova, Anthropic Claude e chips Trainium;
Além da infraestrutura da Nvidia, o oxigênio dos grandes modelos.
Matt Garman, CEO da AWS, não economizou no tom da disrupção:
“Este investimento remove barreiras tecnológicas que travavam o governo e posiciona os EUA para liderar a era da IA.”
Na prática? O governo poderá processar décadas de dados de segurança global em tempo real, acelerar pesquisas, reforçar cibersegurança e até apoiar descoberta de novos medicamentos.
GEOPOLÍTICA EM JOGO: O ALINHAMENTO COM TRUMP
O anúncio não vem isolado. Ele dialoga diretamente com o Plano de Ação de IA da Administração Trump, lançado em julho de 2025 — um documento que coloca o uso de IA no centro da segurança nacional, especialmente diante da corrida tecnológica contra a China.
A AWS já atende 11 mil agências governamentais e domina o setor público desde 2011. Em agosto, a empresa fechou ainda um acordo com a Administração de Serviços Gerais dos EUA para gerar até US$ 1 bilhão em economias em adoção de nuvem até 2028.
POR QUE ISSO IMPORTA (E MUITO)
O investimento de US$ 50 bilhões não é só “mais uma expansão de data center”. É um recado:
A infraestrutura que sustenta a IA virou estratégia de defesa nacional.
Quem dominar a base computacional — chips, nuvem, modelos — domina a próxima década de inovação, poder e influência global.
A Amazon quer ser essa base.
Microsoft e Google não vão assistir caladas.
E nós?
Precisamos entender que a corrida global da IA já está redefinindo governos — e quem não acompanhar vai competir com países rodando em supercomputadores enquanto ainda usa planilhas.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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Alibaba lança o Qwen — e já vive um dos maiores “booms” de IA da história
O app, lançado em 17 de novembro, superou o ritmo inicial do ChatGPT e do DeepSeek em suas primeiras semanas
Qwen: novidade da Alibaba
, redator(a) da StartSe
4 min
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24 nov 2025
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Atualizado: 24 nov 2025
A China acaba de adicionar mais uma peça ao tabuleiro global da inteligência artificial: o Qwen, app de IA da Alibaba, ultrapassou 10 milhões de downloads em apenas uma semana. É uma das estreias mais rápidas já registradas no mercado de IA para consumidores — e suficiente para fazer as ações da companhia saltarem até 6% em Hong Kong.
O app, lançado em 17 de novembro, superou o ritmo inicial do ChatGPT e do DeepSeek em suas primeiras semanas, segundo a própria Alibaba em postagem no WeChat. O timing não é coincidência: a empresa divulga seus resultados trimestrais nesta terça-feira, e o mercado está de olho no quanto o novo produto pode reposicionar a gigante chinesa na corrida da IA.
IA para consumidores: a nova aposta bilionária da Alibaba
O Qwen não é “mais um chatbot”. Ele é alimentado pelo modelo Qwen3, o mesmo que elevou a Alibaba ao topo dos rankings de modelos open source nos últimos meses. Além de conversas, o app já entrega:
Relatórios completos com um comando
Apresentações inteiras em PowerPoint
Conexão com serviços do ecossistema Alibaba, como e-commerce, mapas e ferramentas locais
Analistas chamam isso de IA agêntica: modelos capazes de executar tarefas em múltiplos cenários — não apenas gerar texto, mas fazer coisas. A Alibaba já confirmou que o Qwen ganhará integração com o Taobao, o maior marketplace da China, nos próximos meses.
A corrida chinesa pela liderança em IA esquentou
O Qwen chega para disputar território com modelos como ChatGPT e Gemini — ambos indisponíveis na China continental. E o ambiente competitivo não poderia estar mais acirrado:
O CEO da Airbnb, Brian Chesky, afirmou publicamente que a empresa “depende fortemente do Qwen”.
Jensen Huang, CEO da NVIDIA, já classificou o modelo como um dos nomes mais influentes da onda global de IA open source.
Desde 2023, os modelos Qwen acumulam 600 milhões de downloads globais.
Enquanto isso, o setor chinês vive uma guerra de preços: Moonshot AI e Zhipu AI começaram a cobrar assinaturas, pressionando o mercado.
A resposta da Alibaba? Um compromisso massivo: ¥ 380 bilhões (US$ 52 bilhões) investidos em IA nos próximos três anos.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
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Nvidia vira o jogo: resultados explodem, humilham previsões e acendem um novo rally global em tecnologia
A Nvidia entregou mais do que números — entregou um recado claro ao mercado: a tese de IA não é hype, é tração real.
Nvidia: resultado espetacular faz mercado entender o tamanho da IA
, redator(a) da StartSe
4 min
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21 nov 2025
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Atualizado: 21 nov 2025
A gigante da IA reportou US$ 57 bilhões em receita no terceiro trimestre fiscal, superando com folga as previsões de Wall Street (US$ 55 bi) e elevando o lucro ajustado para US$ 1,30 por ação, acima do consenso de US$ 1,26.
A resposta foi imediata: as ações da Nvidia dispararam mais de 5% após o fechamento, e o impacto reverberou do Vale do Silício ao Pacífico.
A onda verde da Nvidia começou a empurrar índices asiáticos ainda na madrugada.
O Nikkei 225 chegou a subir 4,2% antes de fechar o dia com alta sólida de 2,6%.
Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 3%, embalado pela força das techs — Samsung saltou 6,1% e a SK Hynix ganhou 3,5%.
Em Taiwan, o Taiex subiu 3,2%, enquanto China e Hong Kong tiveram ganhos mais tímidos, mas positivos. Até a Austrália surfou o movimento: o S&P/ASX 200 avançou 1,2%, puxado por empresas de tecnologia.
O mundo entendeu: quando a Nvidia acelera, todo o ecossistema de IA acelera junto.
E Jensen Huang, CEO da Nvidia, tratou de desarmar a narrativa da “bolha da IA”.
Segundo ele, o mercado não vive um excesso irracional, mas uma transformação estrutural apoiada em três mudanças de plataforma: computação acelerada, IA generativa e IA agêntica.
Na prática, estamos vendo o nascimento de uma nova infraestrutura global — com a Nvidia no centro gravitacional.
A divisão de data centers, peça-chave da explosão de IA, cresceu 66% em um ano, alcançando US$ 51,2 bilhões. Huang descreveu a demanda pelos chips Blackwell como “fora dos gráficos” — e isso não é metáfora. As GPUs em nuvem estão esgotadas no mundo inteiro.
Para o quarto trimestre, a Nvidia projeta US$ 65 bilhões em receita — muito acima das expectativas de Wall Street (US$ 62 bi).
O recado do mercado?
A corrida de IA não está desacelerando. Está acelerando mais rápido do que qualquer modelo estatístico consegue prever.
E a Nvidia continua liderando como se fosse a única jogadora no tabuleiro.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
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Putin acelera projeto de “independência algorítmica” e transforma IA em arma geopolítica da Rússia
No tabuleiro de poder da Inteligência Artificial, Vladimir Putin entra para vencer.
Vladimir Putin, presidente da Rússia
, redator(a) da StartSe
5 min
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21 nov 2025
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Atualizado: 21 nov 2025
A Rússia deu mais um passo para tentar se desvincular do Ocidente na corrida da inteligência artificial. Durante o AI Journey 2025, em Moscou, Vladimir Putin anunciou a criação de uma força-tarefa nacional para coordenar toda a estratégia de IA do país — e deixou claro que não se trata apenas de tecnologia, mas de soberania estatal, poder econômico e controle narrativo.
O presidente ordenou que o governo estabeleça uma sede central para gerenciar todos os programas de IA, com um plano de implantação que alcance todos os setores e regiões do país. Putin mira alto: quer que a IA gere mais de 11 trilhões de rublos (cerca de US$ 136 bilhões) para o PIB russo até 2030, colocando o país no mapa da autonomia digital.
Putin foi direto ao ponto:
“Não podemos permitir dependência crítica de sistemas estrangeiros.”
Segundo ele, os grandes modelos de linguagem se tornaram ferramentas capazes de moldar opinião pública, influenciar sociedades e impactar a segurança nacional. Depender de soluções americanas, europeias ou chinesas, portanto, é visto como risco geopolítico.
Na exposição que acompanhou o evento, o Kremlin apresentou seus avanços domésticos: o GigaChat, versões locais de robôs humanoides e o assistente virtual Alice, da Yandex — tentativa de sinalizar que a Rússia tem alternativas próprias.
Mas a ambição vai muito além do software. Putin anunciou que o país construirá 38 unidades de energia nuclear nas próximas duas décadas para suportar a explosão de demanda dos futuros data centers russos. A avaliação do Kremlin é que o consumo elétrico para IA vai triplicar nesta década.
O maior obstáculo, porém, permanece: sanções internacionais.
Sem acesso aos chips avançados da Nvidia, AMD ou TSMC, a Rússia depende de soluções próprias — ainda imaturas — e da parceria cada vez mais estreita com a China.
Hoje, o país aparece apenas na 31ª posição no AI Global Index da Tortoise Media, atrás de Estados Unidos, China, Índia e Brasil. Para tentar reverter isso, Moscou intensificou alianças no bloco BRICS, criando uma Rede de Aliança de IA com 17 associações de 14 países para desenvolver tecnologia e padronizações alternativas às do Ocidente.
A estratégia é clara:
se o Ocidente controla a infraestrutura da IA, a Rússia quer criar seu próprio ecossistema — técnico, energético e político.
Um movimento que reforça que a corrida global da IA já extrapolou a tecnologia. Ela virou economia, geopolítica e disputa por influência.
Por falar em AI Journey…
Por uma coincidência, a StartSe criou recentemente um programa com o mesmo nome da conferência russa: AI Journey. No que consiste essa jornada de IA: aprendizado, imersão e consultoria. Você vai aprender, desenvolver network porque são 12 meses com encontros presenciais mensais, ter acesso a mais de 300 agentes prontos para plugar na sua empresa, e contar com o suporte do time de experts StartSe durante um ano para tirar as suas dúvidas e guiar suas decisões.
Não tem nada igual no mercado. Este é, realmente, o programa de aprendizado que coloca você em outra prateleira no mercado. Clique aqui e faça a sua inscrição com condição exclusiva de Black Friday.
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Bruno Lois
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O boom da IA está deixando seu smartphone mais caro. E parece que é só o começo
A corrida pelo desenvolvimento de infraestrutura de IA está drenando a produção mundial de chips de memória
Chips viraram o novo ouro do mercado
, redator(a) da StartSe
4 min
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20 nov 2025
•
Atualizado: 20 nov 2025
O avanço da inteligência artificial está criando um efeito colateral que começa a bater no bolso do consumidor global: smartphones e laptops estão prestes a ficar mais caros. E não é por causa de design, câmeras ou marketing — é por falta de memória.
Gigantes como Lenovo e Xiaomi já confirmam o alerta: a corrida pelo desenvolvimento de infraestrutura de IA está drenando a produção mundial de chips de memória. Fabricantes estão desviando sua capacidade para produzir memória de alta largura de banda (HBM) — essencial para treinar modelos como GPT, Claude e Gemini — deixando pouca oferta para os chips convencionais usados em eletrônicos do dia a dia.
O resultado? Previsão de aumento de 5% a 15% nos preços de laptops e até 10% nos preços de smartphones em 2026.
Esse movimento marca a primeira grande crise de memória em três décadas, com DRAM, NAND e HDD simultaneamente pressionados — uma situação inédita, confirmada por executivos do setor.
A pressão está tão intensa que a Samsung, maior fabricante de memória do mundo, já aumentou preços em até 60% desde setembro. Chips DDR5 de 32 GB, por exemplo, saltaram de US$ 149 para US$ 239 em poucas semanas (dados confirmados pela Reuters).
Os componentes de 16 GB e 128 GB seguiram tendência semelhante — alta de cerca de 50%.
Para tentar conter o impacto, a Lenovo assinou contratos de longo prazo com fornecedores para garantir estoque em 2026. Já o presidente da Xiaomi, Lu Weibing, foi direto: “a pressão em 2026 será muito maior do que a deste ano”.
O problema é estrutural.
Fabricantes como Samsung, SK Hynix e Micron estão priorizando HBM para atender clientes como a Nvidia, cujos servidores Grace Blackwell agora usam até memória LPDDR5X — antes típica de smartphones.
Esse desvio de demanda deve dobrar os preços de memória de servidor até o fim de 2026, segundo analistas do setor.
Os dados da Counterpoint Research mostram a velocidade dessa escalada:
- preços de DRAM já subiram 50% em 2025
- previsão de mais 30% no 4º trimestre
- e outro aumento de 20% no início de 2026
Tudo isso ocorre justamente depois de um período de prejuízo na indústria de memória, que levou fabricantes a cortarem investimentos em expansão em 2023 e 2024. Agora, com a explosão da IA, a conta chegou — e a capacidade não acompanha.
Como resume Dan Nystedt, vice-presidente da TriOrient, à CNBC:
“Manter oferta apertada e preços altos virou o mantra.”
Novas fábricas só entram em operação dentro de muitos meses — ou anos.
Até lá, fabricantes tentam sobreviver, conselhos tentam blindar empresas… e, nós, consumidores teremos que pagar a conta.
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Bruno Lois
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Emirados Árabes Unidos e Coreia do Sul fecham superaliança para construir o maior hub de data centers do mundo
O que está em jogo? O futuro e domínio da infraestrutura de IA.
UAE e Coreia do Sul: união pela liderança de infra de IA
, redator(a) da StartSe
4 min
•
19 nov 2025
•
Atualizado: 19 nov 2025
Os Emirados Árabes Unidos e a Coreia do Sul acabam de dar um passo gigante para moldar o futuro tecnológico global. Os países assinaram sete acordos estratégicos para cooperar em inteligência artificial, espaço, biossaúde e energia nuclear — um pacote que consolida uma das parcerias mais ambiciosas do momento.
O presidente sul-coreano Lee Jae-myung e o líder dos Emirados, Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, se encontraram em Abu Dhabi para formalizar a entrada da Coreia no Projeto Stargate, a iniciativa de US$ 500 bilhões que promete erguer a maior rede de data centers de IA do planeta fora dos EUA. Segundo os líderes, o objetivo é construir “novos motores de crescimento” com tecnologias de ponta e acelerar a criação de infraestrutura avançada nos dois países.
O ponto central da aliança é o compromisso sul-coreano de ajudar a montar o cluster de IA de 1 gigawatt em Abu Dhabi — um dos pilares do Stargate. Nomes de peso da indústria acompanharam a delegação, incluindo o presidente-executivo da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, reforçando o peso econômico e geopolítico da cooperação. O Stargate, anunciado em maio, já reúne parceiros como OpenAI, Nvidia, Oracle, Cisco e SoftBank, além de acordos prévios com Samsung e SK Hynix para fornecimento de chips de memória.
A cooperação vai muito além da IA. Um dos acordos reforça a parceria em energia nuclear, aproveitando a experiência coreana na construção da usina de Barakah, responsável por 25% da eletricidade dos Emirados. Outros memorandos envolvem exploração espacial, colaboração em biossaúde, garantias de propriedade intelectual e uma estrutura estratégica para projetos avançados de IA.
O pano de fundo econômico também pesa: o comércio não-petrolífero entre os países atingiu US$ 6,6 bilhões em 2024, alta de 11,4% em relação ao ano anterior. Os acordos se alinham ao Acordo de Parceria Econômica Abrangente, firmado em 2024 e previsto para entrar em vigor ainda este ano.
Para o presidente Lee, a ambição é clara: transformar a Coreia do Sul no “parceiro mais confiável dos Emirados na corrida pela IA até 2031” — exatamente quando os EAU planejam consolidar-se como potência global em tecnologia e inteligência artificial.
A mensagem dos dois países é inequívoca: a próxima década da IA será construída em alianças estratégicas — e essa está entre as mais poderosas do mundo.
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Bruno Lois
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O dia em que a internet falhou: e a culpa não foi de um hacker
A Cloudflare — empresa que protege cerca de 20% de todos os sites do mundo — passou por sua pior queda desde 2019.
Cloudflare
, redator(a) da StartSe
4 min
•
19 nov 2025
•
Atualizado: 19 nov 2025
Entre 17 e 18 de novembro, serviços como X, ChatGPT, Spotify, Discord, Canva, Perplexity, League of Legends e até o próprio DownDetector ficaram instáveis ou totalmente inacessíveis por horas. Mas ao contrário do que muitos imaginaram, a origem do apagão digital não foi um ataque. Segundo o CEO da Cloudflare, Matthew Prince, tudo começou com um erro interno de banco de dados.
O incidente teve início às 11h20 UTC, quando uma alteração rotineira de permissões em um banco de dados ClickHouse fez um arquivo crítico de recursos dobrar de tamanho. Esse arquivo, essencial para o sistema de Gerenciamento de Bots da Cloudflare, ultrapassou os limites configurados no software de roteamento — desencadeando falhas em cascata na rede global. Prince foi categórico: “não houve ataque, nem atividade maliciosa direta ou indireta.”
A complexidade da falha criou um efeito looping: o arquivo defeituoso se regenerava automaticamente a cada cinco minutos, fazendo com que a rede alternasse entre momentos de recuperação e novos colapsos. Esse padrão durou cerca de três horas, durante as quais usuários do mundo todo receberam erros 5xx em serviços que dependem do sistema de bot management da empresa. A equipe chegou a suspeitar de um ataque DDoS massivo antes de identificar a verdadeira causa.
A dimensão do estrago ficou evidente nos números: o DownDetector registrou mais de 11 mil notificações simultâneas no pico da crise. Os engenheiros conseguiram interromper a propagação do arquivo corrompido e restaurar uma versão anterior por volta das 14h30 UTC, normalizando o tráfego. A restauração completa veio às 17h06 UTC. Até a página de status oficial da Cloudflare saiu do ar — o que alimentou, por alguns minutos, a teoria de um ataque externo.
Prince pediu desculpas públicas e reconheceu que “qualquer interrupção é inaceitável dado o papel da Cloudflare no ecossistema da internet.” A empresa prometeu reforçar seus sistemas com limites mais rígidos para arquivos críticos, criar mecanismos globais de desligamento seguro e revisar profundamente seus modos de falha.
O episódio chega em um momento delicado para a infraestrutura global: nos últimos meses, AWS e Microsoft Azure também enfrentaram quedas significativas. Esses incidentes levantam uma preocupação crescente — a dependência de poucos provedores para manter a internet funcionando. Quando um deles falha, o mundo inteiro sente.
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Bruno Lois
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Windows 11 inicia a era dos “agentes autônomos”
E, com isso, acende o alerta de privacidade no mundo corporativo
Windows 11
, redator(a) da StartSe
4 min
•
18 nov 2025
•
Atualizado: 18 nov 2025
A Microsoft acaba de dar um passo ousado — e polêmico — rumo ao futuro dos sistemas operacionais. A empresa começou a liberar para testadores do Windows 11 recursos experimentais que permitem que agentes de IA rodem de forma independente, com acesso direto aos arquivos do usuário. É o movimento mais claro até agora de que o Windows está migrando para um modelo “agentic”, em que IAs não apenas respondem a comandos, mas executam tarefas no lugar do usuário, em segundo plano.
A novidade chegou com o Windows 11 Insider Preview Build 26220.7262, liberado em 16 de novembro nos canais Dev e Beta. O update adiciona aos ajustes do sistema uma opção chamada “recursos agênticos experimentais”, desativada por padrão e que exige permissão de administrador para ser desbloqueada — sinal claro de que a Microsoft sabe que está pisando em terreno sensível.
Ao ativar o recurso, surge o Agent Workspace, descrito pela Microsoft como um “ambiente Windows isolado”, funcionando como uma espécie de conta paralela dentro do PC. Nela, os agentes de IA podem executar tarefas autonomamente enquanto o usuário continua trabalhando normalmente. É como ter um assistente digital operando nos bastidores, com limites definidos, mas em contato direto com as pastas reais do computador.
Esses agentes podem solicitar acesso a seis diretórios: Documentos, Downloads, Área de Trabalho, Imagens, Músicas e Vídeos. A Microsoft argumenta que o sistema é mais leve que uma VM tradicional e ainda oferece isolamento suficiente, execução paralela e controle granular do usuário. A primeira ferramenta a usar esse ambiente é o Copilot Actions, criado para organizar arquivos, classificar fotos, extrair PDFs e automatizar tarefas repetitivas.
Mas, apesar do potencial, a recepção foi tudo menos tranquila. Em 10 de novembro, quando Pavan Davuluri — presidente de Windows e Dispositivos — afirmou que o Windows estava “evoluindo para um sistema operacional agêntico”, a comunidade reagiu com críticas intensas. Desenvolvedores e especialistas em segurança levantaram bandeiras vermelhas, questionando riscos de privacidade e possíveis brechas exploráveis por IA. A situação ficou tão delicada que Davuluri teve de desativar comentários e, dias depois, admitir que a Microsoft tem “trabalho a fazer na experiência”.
E a própria Microsoft reforça o alerta: agentes autônomos podem introduzir riscos como alucinações de IA, ações não autorizadas, e até injeções maliciosas entre prompts. Por isso, o sistema inclui registros de auditoria à prova de adulteração e controles para que o usuário encerre ou limite acessos rapidamente — embora desativar o recurso cancele imediatamente o acesso às pastas essenciais.
O movimento sinaliza uma transformação profunda: pela primeira vez, um sistema operacional de massa está se tornando um ecossistema onde humanos e agentes de IA trabalham lado a lado, compartilhando arquivos e rotinas.
É um avanço. É um risco.
E, acima de tudo, é apenas o começo.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
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Google libera o Gemini 3 — e inaugura a era dos agentes autônomos no bolso de todo mundo
O Google acaba de dar um passo decisivo na disputa global pela liderança da IA. Nesta segunda (18), a big tech lançou oficialmente o Gemini 3, seu modelo mais avançado até agora.
Gemini 3
, redator(a) da StartSe
4 min
•
18 nov 2025
•
Atualizado: 18 nov 2025
Nesta segunda (18), a big tech lançou oficialmente o Gemini 3, seu modelo mais avançado até agora — e, pela primeira vez, acessível para todos os usuários no dia do lançamento, direto no app Gemini. O movimento coloca o Google no centro da corrida por agentes inteligentes capazes de executar tarefas complexas sem supervisão humana.
O Gemini 3 Pro já estreou no topo do ranking da LMSYS, uma das plataformas mais respeitadas na comparação entre modelos de IA. E não foi só desempenho bruto que chamou atenção: o novo sistema inaugura uma geração de IA que decide por conta própria qual formato de resposta faz mais sentido — texto, interface interativa, layout estilo site, imagens, módulos de decisão e até perguntas dinâmicas que evoluem conforme o usuário avança na tarefa.
Outro salto importante está no Gemini Agent, recurso experimental disponível nos EUA para assinantes do Google AI Pro e Ultra. Ele conecta o modelo a Gmail, Agenda e Lembretes, permitindo ações práticas: organizar e-mails, montar cronogramas, automatizar lembretes, preparar resumos e até coordenar compromissos entre diferentes pessoas. É a IA atuando como assistente real, e não só como um chatbot avançado.
Tulsee Doshi, líder de produto do Google DeepMind, reforçou o principal diferencial: “respostas inteligentes, sucintas e diretas, substituindo clichês e bajulação por insights autênticos”. Em outras palavras, o Google está corrigindo justamente os vícios que a comunidade mais critica nos modelos generativos.
O lançamento veio acompanhado do Antigravity, uma plataforma de desenvolvimento orientada por agentes. Nela, múltiplos agentes podem atuar ao mesmo tempo em editores, navegadores e terminais — e ainda gerar “Artefatos”: documentos, listas, capturas de tela e estratégias que registram automaticamente o que foi feito. É a construção de software entrando na era da autonomia assistida.
Outro ponto poderoso é a integração do Gemini ao Shopping Graph, um dos maiores catálogos de produtos do mundo, com mais de 50 bilhões de listagens atualizadas hora a hora. Isso possibilita recomendações de compra totalmente interativas — não mais só listas, mas interfaces completas com filtros, critérios e comparações contextuais.
E ainda vem mais: o modo Gemini 3 Deep Think, voltado para raciocínio aprofundado, está em testes de segurança antes de ser liberado para os assinantes Ultra.
O recado é claro:
O Google não está só lançando um modelo. Está redefinindo como a IA será usada — não como ferramenta, mas como parceira que age, decide e executa.
A corrida da IA acaba de ganhar um novo ritmo. E o Google quer liderar a próxima etapa.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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Nvidia em semana decisiva: resultados de IA vão definir o mercado
Com lucro esperado de US$ 1,25 por ação sobre receita de US$ 54,8 bilhões, a Nvidia divulga resultados numa quarta-feira que pode redesenhar todo o cenário tecnológico.
Fachada Nvidia (Fonte: Divulgação)
, redator(a) da StartSe
4 min
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17 nov 2025
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Atualizado: 17 nov 2025
A Nvidia prepara-se para apresentar seus resultados do terceiro trimestre fiscal nesta quarta-feira, 19 de novembro — um dos relatórios mais aguardados de 2025. A fabricante de chips chega ao momento sob pressão e expectativa simultâneas.
De acordo com as estimativas de Wall Street, a empresa deverá reportar um lucro ajustado por ação (EPS) de US$ 1,25 e receita de US$ 54,8 bilhões. Ambos os números representariam crescimento de mais de 54% ano a ano.
O que torna esse relatório ainda mais crítico é o contexto macroeconômico e de mercado:
A Nvidia representa cerca de 8% do S&P 500 e 10% do Nasdaq 100, o que significa que sua performance pode direcionar o humor do mercado como um todo.
Os EUA enfrentaram uma paralisação governamental de 43 dias, que interrompeu a divulgação de dados de emprego e inflação, e ainda há boa parte dos dados atrasados. O relatório da Nvidia, portanto, assume papel quase de “termômetro” da economia de tecnologia.
Além disso, o CEO Jensen Huang revelou que a empresa garantiu cerca de US$ 500 bilhões em pedidos futuros para as GPUs arquitetadas com o código-nome “Blackwell” e “Rubin”, até 2026 — um sinal claro de que a corrida pela infraestrutura de IA está longe de arrefecer.
Mesmo assim, o otimismo não é absoluto. Analistas alertam para dois riscos centrais:
A capacidade da Nvidia em escalar a produção de chips Blackwell no prazo, dadas as restrições de supply and demand.
A valorização elevada da empresa no mercado, o que traz vulnerabilidade estratégica caso os resultados não correspondam ao hype.
Por isso, este relatório daqui a poucos dias não será apenas sobre números — será sobre narrativa.
Se a Nvidia entregar resultados robustos e uma orientação positiva, poderá reavivar o ciclo de compras em tecnologia. Se tropeçar, poderá desencadear uma correção maior, dada sua influência sobre o mercado.
Para os líderes, investidores e estrategistas que acompanham a era da IA, a mensagem é clara: não é mais apenas sobre “estar no jogo da IA” — é sobre quem aprende escala primeiro e como transforma essa escala em lucro real. A Nvidia está no palco central dessa disputa.
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Bruno Lois
redator(a) da Startse
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A nova falha humana na era da IA: funcionários estão vazando dados sem perceber
Relatórios confidenciais, bases de clientes e até estratégias corporativas estão indo parar em plataformas de IA abertas. A Kaspersky alerta: “o risco não é a IA — é o uso sem inteligência”.
Kaspersky
, redator(a) da StartSe
7 min
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17 nov 2025
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Atualizado: 17 nov 2025
A inteligência artificial virou o motor da produtividade nas empresas — mas também a nova porta de entrada para vazamentos de dados.
De acordo com a Kaspersky, uma das maiores empresas globais de cibersegurança, o uso indevido de plataformas de IA generativa por funcionários está expondo informações estratégicas de companhias no mundo todo.
A empresa revela que detecta quase 467 mil arquivos maliciosos por dia, um número que traduz a explosão das ameaças digitais. O problema, porém, não é só técnico — é comportamental. Em busca de agilidade, colaboradores estão inserindo relatórios, planilhas e bases confidenciais em plataformas abertas, sem saber que esses dados podem ser indexados e expostos publicamente.
A nova fronteira do risco corporativo
O alerta vem de Claudio Martinelli, diretor-geral da Kaspersky para as Américas.
Segundo ele, “as empresas estão delegando inteligência para sistemas que não compreendem os limites da confidencialidade. O risco não é a IA em si, mas o uso sem consciência.”
O perigo é real: conversas mantidas com modelos generativos já foram encontradas indexadas em mecanismos de busca, expondo conteúdos privados e sensíveis.
Agora, imagine o impacto se o mesmo acontecer com informações internas de uma empresa — como contratos, estratégias ou dados de clientes.
O erro mais comum: usar IA aberta para resolver tarefas internas
A busca por produtividade imediata tem levado muitos profissionais a usar ferramentas como ChatGPT, Claude ou Gemini para gerar textos, revisar documentos e até analisar planilhas corporativas.
O problema? Essas plataformas armazenam as consultas para treinar novos modelos.
Ou seja, cada prompt pode se transformar em um vazamento involuntário de informação estratégica.
IA sem segurança é igual a open bar de dados
A própria Kaspersky alerta que, sem políticas internas, o uso da IA nas empresas vira uma espécie de “open bar” digital. Qualquer colaborador pode, sem querer, abrir brechas que hackers e competidores sabem explorar.
Um levantamento da IBM Security mostra que 82% das violações de dados têm origem em erro humano, e o custo médio de um vazamento em 2025 já passa de US$ 4,88 milhões, segundo o Cost of a Data Breach Report.
Treinar pessoas é mais importante do que treinar modelos
Para reduzir o risco, o primeiro passo é investir em alfabetização digital e treinamento em segurança.
Segundo Martinelli, “os colaboradores precisam entender que IA é uma ferramenta poderosa, mas que exige limites claros e governança. O uso seguro começa com cultura, não com tecnologia.”
Programas internos de conscientização e simulações de ataques (como phishing tests) reduzem em até 70% o risco de incidentes, de acordo com a Cybersecurity Ventures.
Governança de IA: o novo compliance das empresas
A Kaspersky recomenda que companhias estabeleçam uma governança de IA corporativa, que defina o que pode e o que não pode ser compartilhado com modelos generativos.
A criação de modelos internos, com dados protegidos, é o caminho mais seguro para integrar IA sem comprometer segredos de negócio.
Empresas como Microsoft e Google Cloud já oferecem frameworks corporativos com ambientes de IA isolados para evitar esse tipo de vazamento.
Infraestrutura e cadeia de fornecedores: os elos esquecidos
Outro ponto crítico é a cadeia de suprimentos digital.
De nada adianta proteger os dados internos se fornecedores e parceiros não seguem o mesmo padrão de segurança.
Ataques como o da SolarWinds (2020) e o recente vazamento na MOVEit (2023) provaram que um único elo vulnerável pode comprometer milhares de empresas.
Cibersegurança preditiva: agir antes da falha
O uso de IA também é parte da defesa.
Ferramentas de cibersegurança preditiva, que analisam padrões e identificam comportamentos suspeitos, já conseguem detectar 40% mais tentativas de invasão antes que causem danos, segundo a Gartner. A Kaspersky defende que o mesmo poder de automação usado para criar deve ser usado para proteger.
Segurança é evolução contínua, não checklist
Manter softwares e infraestruturas atualizadas ainda é a defesa mais básica — e mais negligenciada.
Em 2024, mais de 60% dos ciberataques exploraram falhas conhecidas, mas não corrigidas, de acordo com o Verizon Data Breach Report. Atualizações, testes de vulnerabilidade e auditorias periódicas precisam se tornar parte do ciclo de operação, e não um evento anual.
O paradoxo da IA: quanto mais poderosa, maior o risco
A IA está se tornando o coração das decisões empresariais — mas também o novo alvo.
À medida que os sistemas aprendem mais sobre o negócio, o impacto de um vazamento cresce exponencialmente. O futuro da segurança digital não será sobre impedir ataques, mas sobre integrar IA e cibersegurança como uma só disciplina.
Inteligência artificial exige inteligência humana
A IA pode impulsionar a eficiência e acelerar a inovação, mas sem governança vira um risco corporativo. A fronteira entre produtividade e exposição nunca foi tão tênue.
O novo papel das empresas é claro: educar, proteger e governar antes que o aprendizado de máquina vire aprendizado de erro.
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Bruno Lois
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IBM acelera a corrida quântica — e promete vantagem até 2026
Enquanto a maioria das empresas ainda fala sobre o poder da inteligência artificial, a IBM já está mirando um degrau acima: a era da computação quântica útil.
exemplos de empresas
, redator(a) da StartSe
4 min
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12 nov 2025
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Atualizado: 12 nov 2025
Na Quantum Developer Conference realizada em Atlanta, a empresa apresentou dois novos processadores e um plano ousado — alcançar vantagem quântica até o fim de 2026 e entregar o primeiro computador quântico tolerante a falhas do mundo até 2029.
O destaque foi o IBM Quantum Nighthawk, processador com 120 qubits conectados por 218 acopladores ajustáveis de nova geração — um salto de 20% de capacidade e 30% mais complexidade de circuito em relação ao seu antecessor, o Heron. Traduzindo: mais poder, menos erro.
Mas a revolução vai além do hardware. A IBM apresentou avanços em software e correção de erros que reduzem o custo de processamento em até 100 vezes e aumentam a precisão em 24%. O sistema Qiskit, plataforma aberta da empresa, agora tem circuitos dinâmicos e recursos de aprendizado de máquina — um passo para aproximar IA e computação quântica de forma inédita.
E a corrida está acelerada. O novo marco foi alcançado um ano antes do previsto: a IBM conseguiu realizar decodificação de erro quântico em tempo real, em menos de 480 nanossegundos. Isso significa que estamos muito mais perto de computadores quânticos capazes de aprender, corrigir e decidir em escalas inimagináveis.
Para dar corpo à ambição, a IBM transferiu a fabricação dos processadores para uma instalação de wafers de 300mm no Albany NanoTech Complex, em Nova York — o que dobrou a velocidade de P&D e aumentou em dez vezes a complexidade dos chips.
A empresa também apresentou o IBM Quantum Loon, processador experimental que reúne todos os componentes necessários para um computador quântico tolerante a falhas.
E para provar que o discurso é real, lançou o Quantum Advantage Tracker — um repositório aberto, em parceria com Algorithmiq, BlueQubit e o Flatiron Institute, para que a própria comunidade teste e valide o momento em que a computação quântica superar a clássica de forma prática.
“Há muitos exemplos de vantagem quântica por vir. Queremos tirar isso das manchetes e colocar nas mãos da comunidade”, disse Jay Gambetta, diretor de pesquisa da IBM.
A IBM quer liderar a transição da era da IA para a era QIA — Quantum Intelligence Age.
E, desta vez, o futuro não está em prever o comportamento humano, mas em prever o imprevisível.
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