Uma prisão que nunca escurece e onde facções inimigas dividem a mesma cela: descubra os bastidores do CECOT.

Muros gigantes isolam um território onde o tempo não passa. Lá dentro, luzes permanecem acesas 24 horas por dia. Não há colchões e não há janelas. Rivais mortais dividem o mesmo espaço.

Essa é a realidade do Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), a megaprisão de segurança máxima de El Salvador, hoje considerada o maior presídio da América Latina.

Construída para 40 mil detentos, a unidade se tornou símbolo da política de combate às gangues implementada pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele..

O CECOT chegou a um novo patamar em 2025: passou a receber deportados dos Estados Unidos, enviados diretamente para suas celas com base em uma lei americana de 1798.

O que é o CECOT e como ele funciona?

Inaugurado em 2023 e localizado em Tecoluca, o CECOT foi criado como parte do “estado de exceção” decretado pelo governo salvadorenho, um regime que suspendeu direitos constitucionais e permitiu prisões em massa.

O presídio não é destinado a presos comuns, mas para membros de facções:

“Ela é uma prisão para os faccionados. E a teoria, basicamente, é: você tem que separar o indivíduo que, por qualquer motivos, em algum momento comete um crime, mesmo que seja um crime de sangue, daquele que escolhe fazer uma carreira profissional dentro do crime. Essa é a teoria que eles usaram. Na visão deles, a facção é a profissionalização do crime de forma hierárquica.”, disse Lucas Ferrrugem, fundador da Brasil Paralelo que visitou o lugar para a produção do novo documentário. 

O complexo funciona sob regras rígidas:

  • presos em celas superlotadas, muitas vezes com mais de 100 pessoas,
  • 23 horas e meia por dia trancados,
  • luzes acesas 24h,
  • zero acesso ao ar livre,
  • sem visitas familiares,
  • sem contato com advogados,